Quanta espera há nas calçadas
e quantos sonhos, pelos bares!
A vida parece feita de vapor:
tudo quer abarcar...
pra todos os lados.
O futuro,
sereia ou linha de chegada,
vive nas mentes e nos olhos
de toda a gente, de todos os livros...
E a estrada se faz a cada passo,
sem obreiros treinados
ou engenheiros atinados.
O nada bate no alvo
e respira... A casa é alva
e o chão, sempre opaco.
Os olhos se cruzam, procuram,
se procuram...
Mas, a noite não dá trégua:
aparece sempre... sempre...
e adormece a tarde.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
F U G I S T E
Fugiste de mim
Sumiste na tarde
Abandonaste a história
Nova
Quase sem adeus
Fugiste, eu sei
Quando o sol flertava
Com a vida pequena
Ávida de amor
E se iludia...
Fugiste meio triste
Ou confusa...
Abarrotada de versos
Sem porquês
Nem portos novos
Fugiste sem mais
E a vida ficou ... torta...
Sem teu sonho
Pulsante
Sem teu riso a toa
Fugiste de tudo
Das falas novas
Dos arrepios, dos céus
E deixaste
Rastros de poesia...
Fugiste, e agora?
A casa ficou vazia
O sol não dá mais
As caras
Escureceu... silêncio
Fugiste para a vida
Que elegeste
Ou herdaste...
Que diferença faz?
Não vens mais...
Fugiste de mim
(Alguém fugiu de mim)
Estranho... Por que?
A estrada é larga
Sem marcas... solitária...
Fugiste ... fugiste...
Na rota da razão
No sopé do sonho
E a noite é silêncio...
E agora? ... Fugiste...
Sumiste na tarde
Abandonaste a história
Nova
Quase sem adeus
Fugiste, eu sei
Quando o sol flertava
Com a vida pequena
Ávida de amor
E se iludia...
Fugiste meio triste
Ou confusa...
Abarrotada de versos
Sem porquês
Nem portos novos
Fugiste sem mais
E a vida ficou ... torta...
Sem teu sonho
Pulsante
Sem teu riso a toa
Fugiste de tudo
Das falas novas
Dos arrepios, dos céus
E deixaste
Rastros de poesia...
Fugiste, e agora?
A casa ficou vazia
O sol não dá mais
As caras
Escureceu... silêncio
Fugiste para a vida
Que elegeste
Ou herdaste...
Que diferença faz?
Não vens mais...
Fugiste de mim
(Alguém fugiu de mim)
Estranho... Por que?
A estrada é larga
Sem marcas... solitária...
Fugiste ... fugiste...
Na rota da razão
No sopé do sonho
E a noite é silêncio...
E agora? ... Fugiste...
P O E S I A
Poesia!
Tu não te fazes entender!
A vida exala teus versos
por toda parte,
mas a espera é triste
e o ser, doente...
Então, te calam,
e te calas...
Poesia!
Tu amas tanto
a tudo... O sol te lança
em cada encontro...
Amas demais.
Mas as vozes calam
e os medos falam
de ti... Pobre de ti...
Poesia!
Quem dera a vida, de tonta,
te encontrasse num beco
e te amasse...
Serias sal e cor,
e a gente, feliz, sem dor...
Quem dera a moça triste
te achasse na rua... e te vivesse...
domingo, 8 de outubro de 2017
NUM BEIJO
Uma vida passa num beijo
Arrepios, tremedeiras
A noite a chegar
A roupa e os perfumes
O olhar que se espera
E o céu tão perto...
Arrepios, tremedeiras
A noite a chegar
A roupa e os perfumes
O olhar que se espera
E o céu tão perto...
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Que mundo!
Que mundo é este?
Abarrotado, afoito,
enxame bailarino,
flutua...
Estanho! Parvo...
Quase eremita
no cosmo: solitário
(diferente, azul)...
É galante, emplumado
qual exótica ave
ou canção proibida,
amante furtivo...
quem sabe,
andarilho pensador...
Qual seu sentido?
Sua saga?
Abrigo de trágicas odes
e nobres agressões,
vazio de luzes,
repleto de atalhos...
Inquieta...
Mar de vida...
e mortes,
acasos
e inexoráveis perfídias...
paixões
e desalentos...
Desespera...
Que mundo é este,
onde roda o trágico
e se alinha o mágico,
pretensioso,
pacífico
e insensato?
Que encanta...
Onde as ondas gritam
mas as pedras quietas
insistem em adorar
os deuses calados,
as óperas sóbrias
e os heróis de papel...
Abarrotado, afoito,
enxame bailarino,
flutua...
Estanho! Parvo...
Quase eremita
no cosmo: solitário
(diferente, azul)...
É galante, emplumado
qual exótica ave
ou canção proibida,
amante furtivo...
quem sabe,
andarilho pensador...
Qual seu sentido?
Sua saga?
Abrigo de trágicas odes
e nobres agressões,
vazio de luzes,
repleto de atalhos...
Inquieta...
Mar de vida...
e mortes,
acasos
e inexoráveis perfídias...
paixões
e desalentos...
Desespera...
Que mundo é este,
onde roda o trágico
e se alinha o mágico,
pretensioso,
pacífico
e insensato?
Que encanta...
Onde as ondas gritam
mas as pedras quietas
insistem em adorar
os deuses calados,
as óperas sóbrias
e os heróis de papel...
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
SOFRER
Sofrer
é sair da brisa,
perder o sol,
rolar sem apoio,
esperar,
partir.
Sofrer
é cantar triste,
sonhar só,
andar torto,
sem chão,
cair.
Sofrer
é olhar pra trás
sem poder voltar,
sem se saber,
nem entender
por que.
Sofrer
é perceber
a vida andando manca,
a luz a fugir
e o ar denso sufocar.
É perder.
Sofrer
não se ensina,
se nasce sabendo.
Não é artigo que se regala
nem vinho que se prova.
É dor.
Sofrer
é parte aguda
do viver,
do viajar, de ser...
É a ponte entre o céu
e o aqui.
é sair da brisa,
perder o sol,
rolar sem apoio,
esperar,
partir.
Sofrer
é cantar triste,
sonhar só,
andar torto,
sem chão,
cair.
Sofrer
é olhar pra trás
sem poder voltar,
sem se saber,
nem entender
por que.
Sofrer
é perceber
a vida andando manca,
a luz a fugir
e o ar denso sufocar.
É perder.
Sofrer
não se ensina,
se nasce sabendo.
Não é artigo que se regala
nem vinho que se prova.
É dor.
Sofrer
é parte aguda
do viver,
do viajar, de ser...
É a ponte entre o céu
e o aqui.
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