O som que brota de dentro
do meu querer moleque,
música lenta, valsa,
estampido firme
ou poema sem fim,
acorda-me ... sol a pino
a queimar e despertar.
Volto-me às tristezas
e esperanças do menino,
às epopeias brincadas,
sonhadas ... aventuras.
Vívidos verões
e primaveras impossíveis
naquilo que me fiz pelo tempo.
Ah! Quantas letras rolaram!
E as juras! Sopros de alcova
tímidos ... gigantes ... paixão ...
A alegria sempre a queimar
e me fazer viver. Até as quedas
tontas, descabidas ... minhas ...
O doce a me seduzir,
a regra a me prender, o dia ...
Meus olhos crentes das manhãs
e as contas, os sossegos, das noites ...
Minhas promessas, futuro,
meu olhar de guerreiro, meu desejo ...
A vida andou, e eu não parei,
e não paro ... não eu!
Cada despertar, um sol novo,
a nunca me deixar ... anjo,
guarda-costa, força que aparece ...
Um dia, por descuido, sei lá,
vai me esquecer ... da vida ...
Mas esta canção ... ah! Esta, não!
Vai tocar, me fazer dançar ... até o fim.
João Luiz Muzinatti
agosto / 2021