sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
domingo, 22 de fevereiro de 2015
SONHAR ACORDADO
Sonhar acordado
é voar da vida,
invadir formas,
absolutos,
explodir a tarde,
sequestrar a noite,
quebrar a pedra de sal
e as torres do real.
Sonhar acordado
é viajar de volta
ao sabor doce de teu beijo,
sentir, em cada toque de brisa,
a seda de teus braços,
o mel de tuas costas
e a dor de teu suspiro.
Sonhar acordado
é flertar com o eterno
enclausurado
em cada instante,
cada borda de vida
que transformas em desejo,
zombando dos gritos
desesperados,
estridentes.
do coração que te busca
e te desenha
no véu do tempo.
Sonhar acordado
é fingir, de repente,
que a vida para,
os astros repousam
e a própria morte
se acanha e se esconde...
é voar da vida,
invadir formas,
absolutos,
explodir a tarde,
sequestrar a noite,
quebrar a pedra de sal
e as torres do real.
Sonhar acordado
é viajar de volta
ao sabor doce de teu beijo,
sentir, em cada toque de brisa,
a seda de teus braços,
o mel de tuas costas
e a dor de teu suspiro.
Sonhar acordado
é flertar com o eterno
enclausurado
em cada instante,
cada borda de vida
que transformas em desejo,
zombando dos gritos
desesperados,
estridentes.
do coração que te busca
e te desenha
no véu do tempo.
Sonhar acordado
é fingir, de repente,
que a vida para,
os astros repousam
e a própria morte
se acanha e se esconde...
E todas as vias
da existência
parecem me levar,
ávido e enamorado,
a ti,
sem enfeites
ou aparatos,
linda
como a flor que saúda
a luz do dia
e lhe garante a cor
e a beleza.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
A embaladora de presentes
Olhos pregados
no pacote, na caixa.
A vida cabe naquele objeto
e naquele instante.
De repente, as dobras
no papel
repetem caminhos
e voltas da vida:
retas curtas, largos arranjos, franjas combinadas, salientes
ou casuais.
Laços precisos,
amarras dos tempos,
idas e vindas no que nunca foi de fato.
Lábios apertados
medem e avaliam
a curta obra perdida na tarde,
um quadro a nascer,
entre triste ou jogado,
vida que busca sentido
ou qualquer razão.
Mira sua obra,
doce,
qual mãe vaidosa,
ou menestrel falastrão.
Dança leve, aba fina,
sorri de repente...
orgulhosa, desdenhosa?
Quem pode saber
o que vai ali ?
Fecha seu solo breve,
sem pretensão de apupos
ou prêmios.
Desfila, leve, na bancada,
sem ver meus olhos
e meus pobres sonhos
a criar um outro mundo
onde o presente vira joia
e seus gestos se apossam
de nossa tarde
e de mim.
no pacote, na caixa.
A vida cabe naquele objeto
e naquele instante.
De repente, as dobras
no papel
repetem caminhos
e voltas da vida:
retas curtas, largos arranjos, franjas combinadas, salientes
ou casuais.
Laços precisos,
amarras dos tempos,
idas e vindas no que nunca foi de fato.
Lábios apertados
medem e avaliam
a curta obra perdida na tarde,
um quadro a nascer,
entre triste ou jogado,
vida que busca sentido
ou qualquer razão.
Mira sua obra,
doce,
qual mãe vaidosa,
ou menestrel falastrão.
Dança leve, aba fina,
sorri de repente...
orgulhosa, desdenhosa?
Quem pode saber
o que vai ali ?
Fecha seu solo breve,
sem pretensão de apupos
ou prêmios.
Desfila, leve, na bancada,
sem ver meus olhos
e meus pobres sonhos
a criar um outro mundo
onde o presente vira joia
e seus gestos se apossam
de nossa tarde
e de mim.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
RUAS DE CERTEZAS
Se as ruas desenham nossos dias,
é porque esperamos...
ermos nas hordas,
empobrecidos,
ávidos de caminhos . . .
qualquer rumo que se almeje
sóbrio, seguro,
sereno.
Buscamos, em cada esquina,
o sumo alento,
fluido redentor das mortes
tantas,
da vida pequena,
dos descaminhos, da solidão.
São matreiras,
sedutoras esbeltas,
vivazes chamarizes.
E permitimos que nos
moldem os corpos
e nos toldem as falas,
E nos calcam, em solo alagado,
nosso passo débil
até que a estrada se ilumine
e nos regalem os louros
do gozo e da verdade.
E nos fazem poetas da sorte,
obreiros cantantes do destino,
arautos loquazes do igual nosso de cada dia.
Mas, se as ruas desenham nossos dias
é porque esperamos
e esperamos...
Se nos moldam os corpos
é porque seguimos brutos
e flácidos,
fluidos amorfos
à espera de ninhos seguros e cômodos.
E os nossos passos?
Ai, ai, até os nossos passos. ..
Na luta desigual
entre as forças da caminhada,
se decorremos ou derrapamos,
é porque permitimos
doparem nossos motes.
E os entregamos, depois,
de vez...
Leiloamos,
desdenhamos deles e os abandonamos.
À penúria de nos sabermos reféns,
rodamos e rolamos pela vida,
e esperamos, nada mais,
tranquilos . . .
até que a estridência das certezas
nos carregue de vez.