sexta-feira, 13 de novembro de 2015

VIDA POSSÍVEL

De dentro de um riso
ensaiado,
passo a vida ao avesso,
e escuto as promessas
da noite,
os  rangidos sombrios
da turba esgotada . . .
os passos,
vozes da angústia festiva,
a bailar sôfrega,
impaciente,
descabida.

E vivo o que me é dado,
oblação fugaz do sol,
quem diria,
presente ao revés,
óbolo atirado,
aceno  penalizado
pelo que é reles 
e ínfimo  . . .
Sonho com a lua
vestida de gala
atrevida . . . apaixonada . . .
Penso um céu de festas
inventado, mas vivo.
Jogo-me despido
no mar de imagens e promessas,

e permito-me o baile
solene
da história falsa,
ópio redentor
que a tudo adula
e conforta.
Inebrio-me do blefe
da relva fina,
ama  de leite da vida,
e vivo . . . vivo . . .
Até  não  mais poder . . .