domingo, 22 de agosto de 2021

Estampido de vida

 

O som que brota de dentro
do meu querer moleque,
música lenta, valsa,
estampido firme
ou poema sem fim,
acorda-me ... sol a pino
a queimar e despertar.

Volto-me às tristezas
e esperanças do menino,
às epopeias brincadas,
sonhadas ... aventuras.
Vívidos verões
e primaveras impossíveis
naquilo que me fiz pelo tempo.

Ah! Quantas letras rolaram!
E as juras! Sopros de alcova
tímidos ... gigantes ... paixão ...
A alegria sempre a queimar
e me fazer viver. Até as quedas
tontas, descabidas ... minhas ...
O doce a me seduzir,

a regra a me prender, o dia ...
Meus olhos crentes das manhãs
e as contas, os sossegos, das noites ...
Minhas promessas, futuro,
meu olhar de guerreiro, meu desejo ...
A vida andou, e eu não parei,
e não paro ... não eu!

Cada despertar, um sol novo,
a nunca me deixar ... anjo,
guarda-costa, força que aparece ...
Um dia, por descuido, sei lá,
vai me esquecer ... da vida ...
Mas esta canção ... ah! Esta, não!
Vai tocar, me fazer dançar ... até o fim.


João Luiz Muzinatti 

agosto / 2021


quinta-feira, 5 de agosto de 2021

DIAS DE HOJE


Manhã que chega
tímida, sem orquestras,
alaridos,
eloquências.

Sopro leve, vagaroso,
de um querer sem rumo,
confuso,
acanhado.

Cena descorante
de um sonho que acordou
e desejou ...
se atirou ...

Manhã incomum,
pois os dias balançam,
se entristecem
e só esperam ...