sexta-feira, 23 de maio de 2025

A SEBASTIÃO SALGADO

 

S ofrem tuas luzes e sombras
A  dor de um rincão esquecido,
L ar de almas dementes e tristes.
G uardião de nossas esperanças,
A ndavas a buscar no dia a flor
D ada de graça, roubada na morte.
O  sol, teu parceiro, te espera ...



segunda-feira, 19 de maio de 2025

APÓCRIFOS

 

Somos o que não se sabe
Corpos atirados ao tempo, nus
sem um destino, uma importância
nem mesmo um nome

As falas e os escritos nos batem
e nos criam histórias retas
regulares e ditas naturais
Pobres sonhos alucinados

as ruas sem nomes nos saúdam
os vendavais nos resgatam
de verdades customizadas
Somos apócrifos? Andarilhos?

As velas acesas, estátuas, hinos
abarrotam nosso querer de ilusões
Rolamos pedras, sem perceber
a chama, o ar puro ... E andamos ...



terça-feira, 13 de maio de 2025

MUJICA


M úsica na tarde que tempera a vida,
U nindo força titânica e verso leve!
J á não somos luzes, nosso tempo
I menso se desfaz. A vida desfolha,
C ada instante é um sopro débil.
A h! Perdemos teu sol, teu coração ...





sexta-feira, 9 de maio de 2025

quarta-feira, 7 de maio de 2025

ACORDAR


Por que andei tanto,

pobre do sentido de tanto caminho,

com as ideias a tiracolo e sol na cabeça,

valente das loucuras, refém do tempo?


Meu sóbrio murmúrio atirado

qual  hino ou espada, um aceno

às verves e aos desejos de vida, tolo?

Ou só dor que não se assume?


Havia destino, ou só acenos 

da história vivida ao revés, dos sonhos

aparvalhados ou proféticos ... arroubos

insolentes e heroicos? Um filme me passa.


Onde ancorar o galeão imponente 

do sangue quente, da poesia latente

ou atirada? O arauto se deita? Adormece?

Ou a vida, simplesmente, tropeça e volta?


As passadas, as regatas, o fôlego

são telas em branco, pobres esperas.

O mundo roda, a fala entorta, música nova

vem acordar. Nunca a vida desiste ... é louca.




terça-feira, 8 de abril de 2025

FASCISMO


O novo velho explode e as velhas crônicas
ganham vida. Os ditos tolos paraísos ... nem eles.
Apostas de outrora vigem nas falas confusas
e iletradas dos novos tempos. São facas afiadas,
obeliscos a outras epopeias, visão de sangue
e glórias, tremor e vertigem ... pavor.

Um cheiro de novas velhas dores, sem piedade
alastra-se entre os mentores de uma nova paz,
contaminando praças, estádios, telas, bares.
É o odor da fúria embriagada, audaz senhora
de vida e morte, sacerdotisa da fé nova
no novo mistério: vida trocada por nada mais.



quinta-feira, 3 de abril de 2025

MOZART


M inha tarde entristece; o vento canta
O s sons da vida incerta, indizível ...
Z oam implacáveis ao pobre andarilho.
A nda, então, o tempo, e as notas agora
R odam em ritmo outro: atentas, ágeis,
T ingem a dor, fazendo alento, luz.