quarta-feira, 7 de maio de 2025

ACORDAR


Por que andei tanto,

pobre do sentido de tanto caminho,

com as ideias a tiracolo e sol na cabeça,

valente das loucuras, refém do tempo?


Meu sóbrio murmúrio atirado

qual  hino ou espada, um aceno

às verves e aos desejos de vida, tolo?

Ou só dor que não se assume?


Havia destino, ou só acenos 

da história vivida ao revés, dos sonhos

aparvalhados ou proféticos ... arroubos

insolentes e heroicos? Um filme me passa.


Onde ancorar o galeão imponente 

do sangue quente, da poesia latente

ou atirada? O arauto se deita? Adormece?

Ou a vida, simplesmente, tropeça e volta?


As passadas, as regatas, o fôlego

são telas em branco, pobres esperas.

O mundo roda, a fala entorta, música nova

vem acordar. Nunca a vida desiste ... é louca.




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