De dentro de um riso
ensaiado,
passo a vida ao avesso,
e escuto as promessas
da noite,
os rangidos sombrios
da turba esgotada . . .
os passos,
vozes da angústia festiva,
a bailar sôfrega,
impaciente,
descabida.
E vivo o que me é dado,
oblação fugaz do sol,
quem diria,
presente ao revés,
óbolo atirado,
aceno penalizado
pelo que é reles
e ínfimo . . .
Sonho com a lua
vestida de gala
atrevida . . . apaixonada . . .
Penso um céu de festas
inventado, mas vivo.
Jogo-me despido
no mar de imagens e promessas,
e permito-me o baile
solene
da história falsa,
ópio redentor
que a tudo adula
e conforta.
Inebrio-me do blefe
da relva fina,
ama de leite da vida,
e vivo . . . vivo . . .
Até não mais poder . . .
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