segunda-feira, 4 de outubro de 2021

PEDRINHA

Pedrinha jogada,
perdida
na calçada,
na rua quase deserta,
eivada pelos passos afoitos,
gananciosos, desavisados
ou apenas
errantes,
de quem não vê a rota,
nem o sol
ou o chão que pisa.

Pedrinha ínfima,
teu silêncio
é a dor do tempo,
do caminho ingênuo,
neutro ...
sem razão ... invisível.
Tua face é fria,
teu lampejo é quase nada,
Tua vida, ignorada ...
Insistes ... ora ... porque queres.

Pedrinha amiga,
às vezes penso
em ti, em tua lúcida canção,
em teus jeitos afinados
com a vida incerta, tola, vazia
que compartilhamos.
Tens minha timidez ... meu sotaque,
és minha diva, meu sopro ...
Às vezes penso em ti, demais ... pois
insisto em também pensar em mim.


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