A noite acorda-me
de um sonho estreito:
melodias fundidas, opacas,
como a própria dor do nada
ou do breu opressor das horas.
Sou verso quebrado
a verter na noite
um sabor amargo de solidão.
Sou prosa rota, silvo breve,
estribilho a buscar-se
no silêncio. Voz que cala
ante o coro de certezas
e belezas santas.
Sou da cor da noite,
invisível grito feito pó,
amor esquecido, rima impossível.
Sou tempo desperdiçado,
aquele que se quis
e se esqueceu.
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