quinta-feira, 9 de abril de 2015

Fazendo amor.



Encontro-te, linda!
Flor escondida
e desenhada secretamente
pelo meu sonho diário,
voador,
abobado,
ávido.

Surges na noite,
na penumbra,
quase escuridão,
mas posso definir teus contornos . . .
Diva a entorpecer meus sentidos,
tens a graça da tarde azul
e a calma da manhã de domingo.

Quase não me contenho:
quero-te muito,
quero-te de todas as maneiras,
procuro-te em todos os pontos,
e quase não me encontro
quando te encontro . . .

Tens a forma precisa,
forma que precisa
meu ser
e meu mundo.

Sinto-me parte tua.
Parto, a cada instante
infinito,
ao encontro de uma paz
feita de pequenas descobertas
e de grandes,
e sempre novos,
reencontros.

Dou-me sem mistérios
ou tabus,
percorro-te
como se viajasse
por um paraíso
imenso
feito só de beleza
e vida
pura e verdadeira.

Dou-te de presente
meu prazer mais vivo,
atrapalhado
e puro.
Recebo de ti
teu prazer sutil,
delicado
e intenso
(ah, como consegues ser tão linda!).

Inventamos,
juntos
e perdidos,
solitários
em nosso querer mais secreto,
todas as formas possíveis
de felicidade.

E nos tocamos, enfim,
em algum lugar perdido
no eterno . . .
Fazemos amor
também depois,
quando nossos corpos,
despidos de forças
e reservas,
se abraçam no cansaço
e na doce vida
que não pensa em nada
e não quer mais nada.

Adormeço
e procuro-te
outra vez . . .
Quero-te mais,
ainda mais,
pois percebo
que a noite me trouxe
um mundo doce,
outro mundo,
que vale mais que todos.
O mundo onde te encontro
e me encontro,
no intervalo entre dois instantes
que me atrevo a batizar
de eternidade.

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