terça-feira, 14 de abril de 2015

Quadro balouçante



Campo.
Universo a explodir,
canção sustenida
despertando querer
e novas epopeias.

Hino mudo de amor
disperso
e antigo
(quase ancestral,
meio patriarca . . .).

Cenário das tocatas
melosas
do dia fútil
de todo dia.

Quadro balouçante.
Fundo de tela frio
e sem poesia . . .

que se esgarça, porém,
e se refaz
ao toque mágico
do milagre
que te traz
como imagem repentina,
solo inesperado
a despertar a festa
indecisa . . .
criança.

Despontas do nada
e salvas a cena.
Doura o quadro
e torna os contrastes
mais vivos
e os rabiscos
em contornos exuberantes.

Tomas a frente
do quadro
e fazes da vida
uma promessa
de azul
e sol.

Tomas tudo
e tornas-te o tudo
de tudo
do todo . . .

de mim.

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