Uma manhã de verão
e só!
As ruas se movem,
tímidas,
cinzas...
Alguns olhares,
cabeças baixas...
solidão compartilhada...
Um café consola,
um sorriso da balconista...
A trilha incerta da vida
acena de janelas
e carros que cantam e dançam.
O homem ao meu lado,
também a confiar no café,
parece soldado
na mesma trincheira...
Somos iguais!
Vozes caladas e corações atentos,
esperanças distintas,
tão próximas,
cúmplices,
ambos queremos o ar
puro e gratuito
de uma liberdade estranha,
desconhecida,
mas sagrada, sonhada...
Dois homens, dois cigarros,
duas histórias que se atrelam,
se misturam
e se negam.
A vida nos bate forte
em repentino golpe da brisa;
nos olhamos,
desviamos as visões.
Seguimos estáticos
nossos caminhos...
O tempo nos acena:
o dia não espera,
a morte está vigilante...
Talvez outro café,
mais um cigarro?
E, quem sabe, outros olhares,
outras brisas...
A manhã segue,
e nós a seguimos...
até onde ela quiser...
Talvez outro café... É assim seguimos.
ResponderExcluirÉ a vida: seguir!
ExcluirÉ a vida e seus afetos mundanos nos batendo forte.
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