Onde o céu despeja seu azul
meu olhar se atira e se perde.
Órfão das verdades da infância
e dos futuros radiantes,
acabo abalroado pelo trem
do real, rochedo impávido, sisudo
gigante a ordenar e punir. Tirano!
Faltam-me forças. Ou, guerreiro,
não passo de ínfima larva
a se agitar, pedir clemência
ou se jogar à sorte, inerte,
apenas sedenta de rastros
de frescor, miragens forjadas
ou afago falso de deusas estéreis?
Ordeno-me os olhos, escravos
eventuais da estação, tímidos
mensageiros de toda sorte
de esperanças, fatalidades ...
Subo por eles ao topo da manhã,
ensaio elogios, me rebaixo, rastejo.
Faço-me, enfim, mancha ... cisco.