sexta-feira, 23 de agosto de 2024

VERSO QUEBRADO

 

A noite acorda-me

de um sonho estreito:

melodias fundidas, opacas,

como a própria dor do nada

ou do breu opressor das horas.


Sou verso quebrado 

a verter na noite 

um sabor amargo de solidão.


Sou prosa rota, silvo breve,

estribilho a buscar-se

no silêncio. Voz que cala

ante o coro de certezas 

e belezas santas.


Sou da cor da noite,

invisível grito feito pó,

amor esquecido, rima impossível.

Sou tempo desperdiçado, 

aquele que se quis 

e se esqueceu.




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