Amemos o bom
civilizado!
Ele é doce
feito mel,
e escorre
pelas ruas,
e pelos tempos.
Decora sua
casa
e seu corpo
com a cor do
mundo,
doce mundo,
em que vive.
Cumpre
regras
porque é
bom,
experimenta
os doces,
as farfalhas
. . .
os prazeres
limpos
e as fugas
lícitas.
Advoga,
constrói,
discursa,
ensina e
cura,
e ensina a
cura
para dores
intrusas
ou
corriqueiras,
fumos de
paixões e sonhos
extraviados
. . .
ou pura dor
. . .
de se dar
ou se
querer.
Amemos o bom
civilizado!
Pois ele
próprio ama.
Ama a vida
doce
que lhe
ensinaram,
vida
estranha
(mas pura)
do suor da
boa dor,
a vida da
outra vida,
do outro
mundo,
do bom
mundo.
Ama a mulher
que lhe coube
na heroica
epopeia
de escalar a
história
e deixar
sementes.
A mulher
única, só sua,
amante por
vocação
e sua por
devoção.
Ama sem
pensar
e vive para
amar.
Amar, amar .
. .
Até não poder
mais . . .
de tanto
amar . . .
e amar ainda
mais.
Amemos o bom
civilizado,
altivo
errante
a alucinar
um mundo
trêmulo
torto,
cadente.
A vagar em delírios,
tristezas
soltas e descabidas,
sonhar
prazeres perversos
e calmarias
covardes,
flores (apenas)
proibidas. .
.
céus de
areia . . .
Mas,
valente,
se aninha ao
solo eterno,
seguro,
firme,
vasto jardim
de orquídeas
esculpido
qual vale pitoresco
pela fé nas
coisas
invisíveis,
inexplicáveis,
eternas . .
.
Uma vida a
mais,
outra mais,
a diluir a
tosca rocha
e o olhar
ingênuo
do dia que
desponta.
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