segunda-feira, 26 de dezembro de 2022
MEU REI
E ele aparecia. Meu peito disparava! - Deus!
L onge de tristezas, só via caras felizes, gritos.
É poca distante. Aprendi a ser feliz. Obrigado!
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
FASCISMO
Ode às falas distorcidas,
vivas ao desconhecimento!
A praça é dos "de bem",
dos que exibem músculos,
dos piedosos.
O falso adornado é límpido;
a Verdade, divina e revelada,
paira além do visível:
torpes os que se arrojam,
novos Brunos,
às matas inóspitas
da ciência.
Forte é a sedução das armas,
de repente redentoras,
contra ideias outras,
outras peles,
outros versos de amor.
Fracos e vis são os outros,
perdidos, promíscuos,
pecadores ao bem e à fé.
Escórias, seu destino é o nada!
Vivas à dor
do que canta outras notas,
ri de outras graças,
segue por outras bandas.
Seu caminho é lama,
seu regalo,
a morte!
domingo, 18 de dezembro de 2022
Nélida
N o coração, um aperto. Vida inexplicável!
É squilo profetizara ... sonho, ilusão aquecida,
L ouca tentativa de sentido. Ao fim, o trágico!
I mensa é a dor de quem fica, a recolher o belo.
D este-nos a flor de cada palavra, o pensar,
A graça dos afagos da língua. Brilhas! No eterno.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
SIGO
C ada passo ... passo ... novo ...
O novo é sempre. O sempre é novo.
N ão me engano: sou história;
T ambém passo. E o passo é o novo.
I mensa é a estrada: sonhada, desejada.
N o caminho, pedras e sereias,
G rotões e labirintos. E imagens ... tantas ...
E mbalado pelo possível, passo a passo,
N avego: ora errante, ora ilusão.
T udo passa! Só eu sigo. Sou espera,
E nigma, busca. Enquanto der! Enquanto sempre!
sábado, 15 de outubro de 2022
PENSANDO EM MIM
R eflito, viajo para outros tempos,
O utras manhãs, na cidade natal, na escola.
F ugia da invisibilidade, queria um amanhã,
E spantava-me, queria saber, sonhava ...
S entia-me parte do reboliço humano,
S onhava um país, um abraço sincero.
O ndulavam visões. E quis ser arauto!
R esisti às sereias ladinas ... e virei guerreiro!
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
DEUSA LUA
És a dona da noite!
Deusa, resplandeces soberana,
misteriosa,
exibes poder, atrais ...
flutuas ...
Afável,
iluminas e chama,
és proteção,
inspiras e desvelas.
Sigo teu rastro no breu,
nas planícies,
nas águas,
no remanso do silêncio
que te anuncia ...
e te venera.
João Luiz Muzinatti
(Esta foto foi feita por mim, em 13 de outubro de 2019,
na cidade de Vitória, ES.)
segunda-feira, 3 de outubro de 2022
I N T E R R O G A Ç Ã O
Esta vida!
Que viagem estranha!
Um sol de plantão,
um riso a espreita ... indeciso ...
Lágrimas a descorar o brilho
enfastiado da espera,
desconfiado de outros olhares.
Uma relva macia, um beco.
Caminhantes e preguiçosos,
ideias novas,
uma súplica antiga, démodé ...
Passos errados ... repetidos ...
Uma mirada ... distante ...
(Não sei dizer ...)
Uma espera! Sim!
Isso sim!
As horas, os dias, as noites ...
quarta-feira, 10 de agosto de 2022
PRIMEIRAS PALAVRAS
Nos cantos da casa,
rabiscadas, impressas
em papéis perdidos, jornais, revistas,
embrulhos e sujeiras,
embalagens descartadas, rasgadas,
destacadas nas prateleiras,
marcadas nas peças
desprezadas ... mortas ...
imprestáveis ... insignificantes ...
As letras, as palavras,
as misturas de contornos
inócuos, as frases conhecidas,
reconhecidas ou descoradas,
me brotam na infância
do universo imponente das pessoas
sérias, do mundo do quer dizer,
das madeiras, das pedras
a tecerem o tempo
e as esperanças ... radiantes ...
A vida brota da matéria
e dos dizeres, das frases declaradas
e do pedaço de mundo escrito,
criado pelas mentes e os devaneios
de quem inventa e transforma,
de quem está distante, invisível,
e de quem me olha e promete,
mais que brinquedos, um oásis
de rigor entre tanto sem sentido,
uma linha reta ... a resolver a dor.
Meras letras e palavras me abordam
entre pequenos sonhos de criança
e me sacodem pela casa
e pelas ruas amplas da caminhada.
Entre seus formatos e sentidos
se faz meu espírito, meus desejos
e meu querer maior ... minha sina ... amor ...
Até hoje, me assaltam, de dia e de noite,
dizendo, calando e acenando:
"o futuro vem daqui, basta encontrá-lo".
segunda-feira, 1 de agosto de 2022
Não dá mais
R iam, bestiais! Afrontem! Venham!
A ndem eretos, certeiros, loquazes,
C onvictos ... paladinos de um bem
I nfinito, ancestral, sagrado ... fino ... Tolos!
S eu tempo balança! Sua fé despenca
M ais do que percebem. Venham, hipócritas!
O sonho humano desperta. Seu tempo se acaba.
sexta-feira, 27 de maio de 2022
PERPLEXO
G osto de poeira na tarde ... confunde
E ssa crença num depois ... qualquer um.
N o sol de outono, a luz e os borrões
I ncrustados no desejo nos fazem perplexos:
V iveremos pra ver? Despertaremos?
A manhã se contorce qual feto:
L ogo, arte, prazer, pecado, manha, luta.
D esbotado, o céu insiste. Encarcerado,
O sonho anda, derrapa, desiste ... insiste ...
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Isto é a vida?
I nsistia em crer, amar, planejar ...
O mundo se mostrava, seduzia:
L indo, elegante. Ah, meu coração!
E saí feito herói homérico: viver!
N ão sei dizer quando; mas a vida bateu.
C omo realidade: dor, fome, sangue ...
I sto é a vida? Isto é meu mundo?
A h! "Sem sentido"... Absurdo ... E agora?
quinta-feira, 19 de maio de 2022
AULA SOBRE AUTONOMIA
Dá gosto!
Após uma aula em que se discutiu sobre Autonomia, uma produção especial da querida aluna Giovanna - do primeiro ano da licenciatura em matemática.
Texto e gravura, luz e cores!
Não resisti!
Aqui vai!
Hoje, eu acordei ouvindo um piano.
O som da contradição e melancolia.
O que eu sou?
Quem eu realmente sou?
Qual é a minha essência?
Os questionamentos,
A angustiante dor,
A dor que explode,
Explode,
Explode,
Alto,
Alto,
Alto.
Autonomia.
Autêntico.
Eu mesma!
- Giovanna Fonseca
quarta-feira, 4 de maio de 2022
A Camus
Um espaço finito
ou a vida que não se cabe?
O mundo anda, espera,
se desvela ... e se esconde,
tortura, acalma, se insinua.
O sol se mostra soberano,
mas, como nós, finito,
caminha qual condenado
que ameaça, grita
e se lamenta mortal.
Pobres somos! Pobres
se fazem as promessas,
os rabiscos pretenciosos,
as rimas eloquentes
que se querem rebeldes,
libertadoras.
Tristes as visões
que se apagam na poeira
do caminho real ... e insensível.
Tristes os apegos iludidos,
oásis falsos, sedutores
de vida e desejos ... de fins.
Porém, de tanto breu,
de tanta farra sinuosa,
brota um ar mais fresco:
a dor que se espalha
e se dilui nas passadas,
a lágrima que, de tanto ofuscar,
brilha e decora,
o absurdo, que de tão inóspito,
se declara e instaura
a única vida ... o único
céu viável, a única jornada,
a única verdade ...
Então, filhos cientes do opaco
e da ladeira, órfãos das imagens
perfeitas e coloridas,
aportamos no único regaço
que nos acolhe e acalenta:
o real!
Nele navegamos ...
e dele vivemos ...
sem mais.
João Luiz Muzinatti
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
G U E R R A
24 / 02 / 2022
G uardo na mente, ainda,
U ns dias distantes: medo, terror ...
E nquanto cantavam pássaros,
R odavam gaivotas ... o monstro
R oía meus sonhos, apagava a tarde.
A vida, bêbada, tropeçava. "É o fim?"
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022
A RIMA MAIOR
Ando pela tarde
escorregando em versos
quebradiços, dissonantes ...
opacos ... Cambaleio.
O sol vai saindo
de cena, e seus raios
já se mostram cansados,
meio atordoados ...
Uma brisa acode.
Vinda de não sei onde,
atraca no corpo andarilho,
pesado ... e o acaricia.
A noite se anuncia,
então, como regaço, amparo.
Espaço de canções e poemas,
cria ilusões novas ... acordes
mínimos a desenhar,
no breu, um sonho distante,
lindo. A promessa ingênua,
a crença cega ... a rima maior.