domingo, 10 de maio de 2015

Desejo de ser


Do alto do sonho,
olhar de águia,
faro assanhado  . . .
desgosto da vida,
e mais vida,
aceno sóbrio,
lança oculta a esperar,
ávida,
o que se embala
em certezas
e espreita  . . .

Luta inglória
contra o sol inexorável
e a lágrima iminente  . . .
Parto com data incerta,
assim como é a vida
sem mistérios,
como a dor que se sabe
mas não se aceita.

Flerte com a terra,
de um céu postiço,
criado dos andaimes da razão
até que a flor se esmaga
e esmigalha
qualquer beleza.

Do lado da angústia,
sombra, sol
e escombros . . .
Aceno à tristeza
que não se cabe
e empece.

Do alto do sonho,
um respiro,
até plausível,
rastro de perfume
ou droga que afague
e console,
Qualquer coisa:
até a dor da dúvida
ou o orgasmo
vívido
e confuso
da espera.

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