sexta-feira, 27 de maio de 2022

PERPLEXO

 

G osto de poeira na tarde ... confunde
E ssa crença num depois ... qualquer um.
N o sol de outono, a luz e os borrões
I ncrustados no desejo nos fazem perplexos:
V iveremos pra ver? Despertaremos?
A  manhã se contorce qual feto:
L ogo, arte, prazer, pecado, manha, luta.
D esbotado, o céu insiste. Encarcerado, 
O  sonho anda, derrapa, desiste ... insiste ...



quinta-feira, 26 de maio de 2022

Isto é a vida?


V i o sol e me animei! Era menino,
I nsistia em crer, amar, planejar ...
O  mundo se mostrava, seduzia:
L indo, elegante. Ah, meu coração!
E  saí feito herói homérico: viver!
N ão sei dizer quando; mas a vida bateu.
C omo realidade: dor, fome, sangue ...
I sto é a vida? Isto é meu mundo?
A h! "Sem sentido"... Absurdo ... E agora?


 

quinta-feira, 19 de maio de 2022

AULA SOBRE AUTONOMIA

 Dá gosto!

Após uma aula em que se discutiu sobre Autonomia, uma produção especial da querida aluna Giovanna - do primeiro ano da licenciatura em matemática. 

Texto e gravura, luz e cores! 

Não resisti!

Aqui vai!



Hoje, eu acordei ouvindo um piano.

O som da contradição e melancolia.

O que eu sou?

Quem eu realmente sou?

Qual é a minha essência?


Os questionamentos,

A angustiante dor,

A dor que explode,

Explode,

Explode,

Alto,

Alto,

Alto.

Autonomia.

Autêntico.


Eu mesma!


- Giovanna Fonseca

quarta-feira, 4 de maio de 2022

A Camus

Um espaço finito
ou a vida que não se cabe?
O mundo anda, espera,
se desvela ... e se esconde,
tortura, acalma, se insinua.
O sol se mostra soberano,
mas, como nós, finito,
caminha qual condenado
que ameaça, grita
e se lamenta mortal.
Pobres somos! Pobres
se fazem as promessas,
os rabiscos pretenciosos,
as rimas eloquentes
que se querem rebeldes,
libertadoras.
Tristes as visões
que se apagam na poeira
do caminho real ... e insensível.
Tristes os apegos iludidos,
oásis falsos, sedutores
de vida e desejos ... de fins.
Porém, de tanto breu,
de tanta farra sinuosa,
brota um ar mais fresco:
a dor que se espalha
e se dilui nas passadas,
a lágrima que, de tanto ofuscar,
brilha e decora,
o absurdo, que de tão inóspito,
se declara e instaura
a única vida ... o único
céu viável, a única jornada,
a única verdade ...
Então, filhos cientes do opaco
e da ladeira, órfãos das imagens
perfeitas e coloridas,
aportamos no único regaço
que nos acolhe e acalenta:
o real!
Nele navegamos ...
e dele vivemos ...
sem mais.

João Luiz Muzinatti