domingo, 13 de maio de 2018

DIA DAS MÃES

Oi, mãe!
Hoje eu não posso
te dar um presente,
um beijo,
nem um telefonema.

Não posso te dizer
que te adoro.
Nem vou te sentir,
me colar a ti.
Não vou ver o sol
a desenhar o mundo
lindo!

Hoje, tu estarás aqui,
sem me olhar,
me criticar,
nem me dizer que sou
lindo, estranho ...
único.

Que estranho, mãe!
Um domingo deste,
sem teu prato pronto
pra mim!
Só silêncio, mãe!

Cadê tua graça,
teu espanto, teu riso
esperto, complacente?
Cadê tua certeza,
tua crítica letal
a tudo que é falso,
tua ira a este mundo?

Por que, mãe?
Por que te foste?
Eu sei: teu direito.
Sei! Tu nos deste
a liberdade de escolher.
Mas, ir embora?
Assim?

Hoje, não vejo o sol,
nem vejo alguém
a me abrir o portão.
Hoje, só o silêncio
da rua, das panelas,
da TV.

Hoje, nada mais resta
a não ser uma luz
que insiste em entrar
pela fresta da cortina.
Um sinal de vida acesa,
a continuar ... viver ...
Mas, que vida será essa?
Que vida é essa
sem tua vida?


João

Nenhum comentário:

Postar um comentário