sexta-feira, 24 de janeiro de 2020
O POETA E A FESTA
O poeta e a festa
A noite caiu cálida,
sem alucinados sons
nem ofuscantes signos:
só conversa jogada,
olhares discretos,
vida que se espalha
e se ajeita no tempo.
A moça bonita tenta
falar mais que os olhos,
sorrir, alçar qualquer voo ...
Esconde alguma coisa,
coloca atrás dos dentes,
e tenta voltar pra noite.
O velho solitário
trava um diálogo com o garçom.
A esposa quieta só observa
a noite a se desvelar;
às vezes fita o esposo
e tenta escutar o que lhe diz.
Pobre do cronista,
com tantos encontros,
se vê só, ele e a noite ...
Quem sabe um raio novo,
um sibilar intruso, um grito ...
No mais, um flerte com a noite...
e um gole ... outro ...
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