Um dia, percebi a vida!
Vi altos rochedos,
flores exuberantes
amores e sonhos a brotar
por todas as partes,
risos incontidos
a se ofertar e prometer...
Vi animações
e oferendas ... melodias ...
sinos e batuques na madrugada,
bocas a dar graças ao tempo,
amores e mais amores ...
festas ao sol, rituais ao vento...
orgias e rezas ... seguras de si...
Um dia, percebi a angústia,
a dor do que não sabia,
o pranto pela escuridão ...
pelo tempo ... o tempo ...
a espera cega pelo destino,
aquele destino ... qualquer destino...
Ah! O tempo ... que será de mim?
Um dia, vi que o sol
sempre vem e se vai,
a noite é lua, estrelas ...
mas é breu ... incerteza ...
medo ... medo do instante,
do silêncio ... das horas ...
medo da dor do medo da dor...
medo do nada...
Um dia, olhei pra mim
e não vi nada ... nem sol,
nem noite, nem tempo...
Apenas senti as horas,
o balanço ... o destino ...
uma calma dramática,
fria, oca ... uma noite...
sem lua, estrelas ... nem medos...
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