quarta-feira, 18 de setembro de 2024

JORNADA

 

Qualquer espada é brilho que toca
o corpo e o faz perder sua cor,
dar-se ao absurdo e morrer sem mais.

Nosso desejo, qual arma apontada,
é dor e afronta a sofrer ou ferir.
Pagamos o preço da ilusão, sofremos

o corte cintilante a nos dar ao tempo,
às troças do vazio ... à solidão.
Andamos qual guerreiros apaixonados,
ávidos de vidas que brotam de dor,

beleza que vêm do sangue e luz
a fulgir de sombras e rochas estéreis.
Vivemos do ar, da marcha ao topo,

de canções estranhas a mover-nos,
aves ébrias que ouvem só ecos secos
de mundos escondidos e rotas perdidas.



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