Por que andei tanto,
pobre do sentido de tanto caminho,
com as ideias a tiracolo e sol na cabeça,
valente das loucuras, refém do tempo?
Meu sóbrio murmúrio atirado
qual hino ou espada, um aceno
às verves e aos desejos de vida, tolo?
Ou só dor que não se assume?
Havia destino, ou só acenos
da história vivida ao revés, dos sonhos
aparvalhados ou proféticos ... arroubos
insolentes e heroicos? Um filme me passa.
Onde ancorar o galeão imponente
do sangue quente, da poesia latente
ou atirada? O arauto se deita? Adormece?
Ou a vida, simplesmente, tropeça e volta?
As passadas, as regatas, o fôlego
são telas em branco, pobres esperas.
O mundo roda, a fala entorta, música nova
vem acordar. Nunca a vida desiste ... é louca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário