domingo, 20 de novembro de 2011

Andando

O parto da noite vem em poucas contas
entre luzes frias e semblantes parcos.

Rito ou a promessa à vida que desponta
são os passos leves em que hoje embarco,

querendo dizer o que nem sei se entendo
dessa vida curta, desse desvario

que a cidade veste em sedas e remendos,
deste engalfinhar-se de animais no cio,

como se o presente, de repente, o tempo
leiloasse aos poucos, e avisasse a gente

que o futuro é a lua que se vê nascendo
mas a morte é a bruma que vem de repente

apagar a letra  das estrelas brancas
a excitar o céu em seu balé candente.

. . .

E os passos lentos feitos divas mancas
fingem seu traçado à turba complacente...


João

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