O parto da noite vem em poucas contas
entre luzes frias e semblantes parcos.
Rito ou a promessa à vida que desponta
são os passos leves em que hoje embarco,
querendo dizer o que nem sei se entendo
dessa vida curta, desse desvario
que a cidade veste em sedas e remendos,
deste engalfinhar-se de animais no cio,
como se o presente, de repente, o tempo
leiloasse aos poucos, e avisasse a gente
que o futuro é a lua que se vê nascendo
mas a morte é a bruma que vem de repente
apagar a letra das estrelas brancas
a excitar o céu em seu balé candente.
. . .
E os passos lentos feitos divas mancas
fingem seu traçado à turba complacente...
João
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