As águas da chuva despencam
o medo escondido de outrora.
O frio e as palavras apontam,
no ritmo louco das horas,
presenças, fantasmas, imagens
de tempos há muito perdidos.
Os roucos ruídos só fazem
perder-me quase sem sentidos
na fúria dos anos passados
em que nada me era verdade,
e os sonhos, parceiros amados,
voavam mais que a realidade.
O que resta, agora, de tudo
que a relva da tarde acolhia?
O peito parece estar mudo
e a música, hoje tão fria,
repete discursos sombrios
ou óperas tristes, vazias.
O certo é que, tímido, espio
a vida a explodir, cada dia,
vagando, esperando notícias
de novas canções ou poesias
que tragam-me a rosa perdida
e o sol que esqueci pela vida.
Difícil escolher, mas acho que esse é o meu favorito!!
ResponderExcluirParabéns, João!