parco,
nu e livre,
adaga,
pluma clara a pairar no céu,
marco meu, barco,
alço meu grito dramático,
ode desbragada,
escarcéu,
visão que naufraga,
sonho fleumático
de vida acrobática
refém dos eternos,
prisioneira da noite
a esconder campos, paragens,
labéus...
Roga por mim,
nesga de luz
a prometer o sol.
Guia-me enfim,
plácido farol,
sóbrio Serafim,
pois dor cruel me impus,
ao me perder de vez,
ao me perder de vez
em pobres sonhos vãos,
na velha estupidez
de querer mais que o céu.
Lua minguante, sois
como canção perdida,
esquecida.
Não te esqueças, pois,
das tais feridas,
escondidas,
ontem, no breu cerrado,
já visíveis por tua luz.
Mostra-me, enfim, o sol
latente em teu prateado.
Regala-me um arrebol,
o último ... o encantado ...
o pasto sereno ... a cruz ...
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