domingo, 20 de novembro de 2011

Ao luar minguante

Ao fino arco,

parco,
nu e livre,
adaga,
pluma clara a pairar no céu,
marco meu, barco,
alço meu grito dramático,
ode desbragada,
escarcéu,
visão que naufraga,
sonho fleumático
de vida acrobática
refém dos eternos,
prisioneira da noite
a esconder  campos, paragens,
labéus...


Roga por mim,
nesga de luz
a prometer o sol.
Guia-me enfim,
plácido farol,
sóbrio Serafim,

pois dor cruel me impus,
ao me perder de vez,
ao me perder de vez
em pobres sonhos vãos,
na velha estupidez
de querer mais que o céu.

Lua minguante, sois
como  canção perdida,
esquecida.
Não te esqueças, pois,
das tais feridas,
escondidas,
ontem, no breu cerrado,
 visíveis por tua luz.
Mostra-me, enfim,  o sol
latente em teu prateado.
Regala-me um arrebol,
o último ...  o encantado ...
o pasto sereno ... a cruz ...                                                           

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